terça-feira, dezembro 18, 2007

Poesia Feminina

Todas as atenções voltadas ao espetáculo.
Meu olhar fixo para o personagem principal.
Aquele molejo único que só as rainhas do samba possuem; sem esforço, sem dificuldades, apenas passos perfeitos.
Todo o mundo voltado ao espetáculo, para a brincadeira entre as pessoas felizes; eu? concentrado em sua malícia, em sua magia no rebolar, em executar os movimentos ritimados impossíveis para os turistas estrangeiros. Tudo parecia tão fácil para ela...
Queria participar daquele ritual à boa dança, à brincadeira, ao sexo...mas não podia...estragararia tudo. Seu espetáculo era solo e assim deixei-o ser.
Pensamentos maldosos fervilhavam em minha cabeça e você continuava sambando alheia a tudo, esquecendo os lobos que te olhavam, as invejosas que a invejavam, a tudo que te mirava, como se apenas só você existisse; meu mundo também parou naquele momento.
Como pode, Meu Deus, num samba inocente, uma mulher mostra toda sua sensualidade...sem esforço, sem malabarismo, sem nada...apenas com o rebolar singelo do próprio corpo?


Não era samba, meu filho...era só poesia - me ouso a imaginar a resposta de Deus.



É...era tudo uma grande, linda e saracotear poesia.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Era uma vez o bit que se transformou em voz

Eu nem sei, viu...
Mas, aquele olhar me disse alguma coisa.
Detesto clichês em textos, mas esse aqui não é apenas um artifício para dispertar simpatia ou riso no leitor; seu olhar é verdadeiramente forte é tão lindo como tinha visto em fotos. Inacreditável tudo isso...


Estava meio nervosa...sorrindo muito. Talvez tivesse um dia feliz ou tenha sentido o mesmo que eu...uma surpresa tremenda em acreditar que somos reais, não por duvidarmos um dia, mas simplesmente por ver que toda aquela magia presente em nossas conversas distantes e virtuais existia de fato.

Eu adorava seu sorriso...uma manifestação sinsera do seu nervosismo. Não sabia onde por a mão, nem o pé que não parava por um segundo...e nem os olhos que corriam sempre todo o meu corpo...só paravam quando eu a olhava...tentava disfarçar, coitada. Eu não a culpo...também tentei disfarçar o interesse automático que tive por ela...não por ser linda...sim, era linda...e a beleza me envolvia como suas palavras, como seu sorriso, como o pé nunca parado...como tudo que emanava dela.

Meu Deus, era linda...linda demais. E mesmo aquele clima e mesmo meu grande interesse, sentia que faltava algo...a magia estava no ar, mas temia eu que estivesse apenas em meus olhos, o movimento das pernas seria algo normal, ação involuntária de alguém entediado...e seus sorrisos...não sei; quem sabe uma simpatia natural que só as mulheres lindas tem. Estou confuso...não sei bem o que pensar...mas, sei lá...aquele olhar...talvez, num segundo, ele me disse alguma coisa.

quarta-feira, outubro 10, 2007

Oração dos desesperados

Eu só queria saber meu Deus, se falta tão pouco pra essa nossa vida acabar, porque nela inclui tanto sofrimento. Porque tanta inveja, desamor, diferença.
Eu só queria saber se tu es mais misericordioso que justo ou o inverso. Aposto que é mais um tudo, porém não esquece da justiça; nossos problemas nascem pelo desamor alheio, parecendo sempre uma corrente infinita de uma mensagem dolorosa e marcante.
Eu só queria ter tempo para descansar e pensar em minha vida; observar as pessoas sem preconceitos, ver as coisas em sua plena simplicidade. Queria também ter um pouco mais de felicidade nessa minha vida, que a cada minuto parando, refletindo sobre ela, sinto apenas dor e um desconforto...algo como a solidão.
Não sei se esse é o problema de todos, mas, Deus, por favor, diminua os medos internos de cada um. Acho que assim elas serão mais felizes, acho que assim eu serei mais feliz. Diminui, Deus, por sua eterna justiça e misericordia, meu medo de ficar sozinho.

terça-feira, outubro 02, 2007

Coincidências

Sentado, olhando para o vazio pensando em minha vida, no que tinha feito de bom, de ruim, nada de mais. Mas, sei lá...alguma coisa me dizia que o dia não seria tão simples assim, mesmo assim fingia não ouvir meus instintos e continuava com meus pensamentos mornos. Ter nada pra fazer é uma maravilha.
Recebi um estalo divino...seguida de várias outras garotas, ela estava. Quase que desfilando por aquela parte do shopping. Parecia também não ter nada pra fazer, apenas conversar com as amigas, dar risada das pessoas estranhas, ser paquerada, fazer coisas de mulher. Mas, naquele dia, ela estava mais linda do que o habitual, tinha a pele mais bronzeada, estava com o sorriso mais largo...não sei ao certo, mas estava mais bonita.
Ela praticamente me seguia. Eu a via em todos os lugares possíveis e impossíveis. Do ponto de ônibus onde vou todos os dias, até o estádio de futebol; alí estava a moça...acompanhada ou não, mas estava lá...sempre a minha vista.
Seria coisa do destino por essa mulher em minha vida, meu Deus? não é possível tantas coincidências com 2 pessoas. Só podia ser isso. Um chamado do destino.
Ela também sempre me via. Retornava meus olhares de forma ligeira, como toda mulher. As vezes para me divertir, fingia que tirava as vistas dela e nessa fração de segundo que ela tentava me olhar, eu voltava meu rosto à posição inicial...nossos olhares se encontravam, mas não se ouvia uma palavra...era estranho e engraçado...ela sempre ficava vermelha. Foi nessa hora que sorri. Mesmo eu imerso em meus pensamentos, parecia um convite. "Garota, eu não estava olhando para você...estava fixado num ponto no infinito...sorri pra ele...vc apareceu na frente por acaso"; essa era a explicação real, que logo sumiu quando ela retornou o sorriso. Me arrepiei todo, não sei nem porque. Acho que por ela ser tão linda ou por ter me respondido ou sei lá...ela teria a mesma curiosidade que eu: "quem será essa pessoas que tanto encontro pelas ruas?"
Agora suas amigas já tinham sumido. Foram hipnotizadas por uma vitrine e ela, com seu olhar ligeiro, me olhava, sozinha num desses bancos de Shopping.
Sorri novamente, agora tentando realmente a comunicação. Ela respondeu novamente com um sorriso. Me levantei e fui até a moça. Fingi uma careta daquelas "eu te conheço de algum lugar". Ela me imitando, fez também. Acabamos rindos juntos.
- Oi.
- Oi...
- Pô...você não vai acreditar, mas por todo o lugar que vou, acabo vendo você.
- Eu ia dizer o mesmo agora...
- Até no estádio eu te achei, menina...
- É...eu me lembro de ter visto você lá.
- Então...eu tava alí pensando que deve ter uma explicação pra tudo isso. O destino talvez...
- É...ou então meu namorado gosta de frequentar os mesmos lugares que você...

(aquilo me acertou como uma flecha...eu não estava apaixonado por ela, mas só de pensar que minha investida foi em vão, me deu calafrios)

- Mas, isso se eu tivesse namorado...então, os lugares que gosto de frequentar são os mesmos que os seus.

Ela acabou sua frase com um sorriso matador. Impressionante com as mulheres tem esse poder do sarcasmo nos piores momentos possíveis. Uma garota inteligente e engraçada. Interessante...


- Sim, mas me fala, "preu" não te seguir mais: podemos conversar aqui mesmo?
- Mas, já estamos conversando, meu querido.
(outra...essa foi no queixo)
- "Meu querido"?
- Sim, meu querido...não posso te chamar assim não?
- Claro...claro que pode, mas antes me diz seu nome.
- Luciana.
- Prazer Luciana... Thiago.
- Prazer.
- Me diga, Luh, você gosta de conquistar ou ser conquistada?

(já falei alguma vez que minhas cantadas são horríveis?)

- Depende...
- Depende de que?
- Do tempo que o homem, tentado a me conquistar, está me seguindo...



Depois dessa não precisei falar mais nada; ela gosta mesmo é de conquistar.

terça-feira, setembro 25, 2007

Mensagem para você

Assumo: tentei gostar de você.
Admiti seus erros estressantes, desisti de mulheres lindas, muita gente interessante; tentei realmente gostar de você.
Seu falso ar romântico, seu sentimento que não me correspondia, a falsa idéia da minha exclusividade em seus pensamentos, você sempre inclinando-se para um novo pretendente...

Isso tudo me doia tanto, tanto que me fez sufocar; perdi minha voz de muito te gritar, me arrepiei nas horas que me trocou o nome de outro rapaz, não chorei ainda porque você me fez esturricar de raiva.
Estremunhei várias noites quando antes, estava sonhando em te deixar; perdi minutos da minha vida pensando em qual palavra melhor rimaria seu nome; fiquei madrugadas em claro sendo seu melhor amigo; vigiei como ninguém as portas por onde saia a melodia mais linda de toda a minha vida: sua boca.
Ai, menina, porque dificultou as coisas? não era só se entregar para mim e pronto? teve que fazer o joguinho ao qual nunca sou campeão?



É uma pena, menina, agora desisto. Te amei por esses ultimo meses de minha vida, mas sua indiferença inexplicável exigiu que eu apenas gostasse de você e juro, eu tentei gostar de você.


Já pensou na possibilidade de ter arriscado tudo? quem sabe... um futuro maravilhosamente incerto.