segunda-feira, maio 29, 2006

Penultimo romântico

As vezes, me pergunto, por que nasci assim.
Não há uma explicação exata do que eu sou.
Sensível demais, indeciso demais, desajeitado demais...tudo demais.
"As coisas sempre vão melhorar ou dar certo no final"; "Todas as pessoas tem um lado bom";
"Se nos esforçarmos, faremos o mundo melhor". Verdades que eu acredito fervorosamente, ou pelo menos acreditava.
Cansei de me apaixonar sempre pela pessoa errada. Não só a paixão carnal, a sexual, mas o simples deslumbre, o feitiço, o amor...

Cansei.

Não quero mais pensar em vc. Não vou mais pensar em você. Mas, eu sinto tanto a sua falta...
Suas palavras rudes, suas brincadeiras inapropriadas, o seu humor sarcastico, o modo que me desaprova, a simplicidade que sorri...

Sinto sua falta.

Texto piegas. De um chorão que não sabe aceitar a derrota. Derrota... derrota? cheguei a lutar por você? não. Em nenhum momento fiz o mínimo para te merecer, não provei ser digno do teu amor...

Texto muito piegas. Essa ultima frase pareceu vinda de alguma bolero antigo.
Mas, o amor, em sua essência é brega. Ele não está sobre um salto alto vestindo Armani, está de chinelos mendigando reciprocidade.

Chega!!! não acredito mais em nada disso. Sou o penultimo romantico. O ultimo sou eu, o verdadeiro eu, que espera a mulher verdadeira, a única mulher verdadeira, que, em um momento, pensei ser você.
Esse meu "eu" profundo e quase inatingível, é meio burro, puro e simples.
Infelizmente, ele nunca deixará de ser romântico.


Meu nome é Frederico, tenho 24 anos.

terça-feira, maio 16, 2006

O profissional.

Eu sou o cara.

Não que eu seja convencido, claro que não. Mas a verdade precisa ser dita.
Todas me adoram. Meu charme irresistível e meu papo atraente enfeitiça qualquer garota. Minha fama é longa. Só beijo as bocas mais bonitas e as mulheres mais difíceis.
Quando entro numa festa, procuro a mais bela. Normalmente fico com ela. Não tenho culpa se as mulheres procuram os mais bonitos.
Numa dessas noites, em uma festa qualquer, encontrei uma que não se encantou pelo meu sorriso, não procurou a etiqueta da minha roupa e nem deu a mínima para a chave do carro q eu rodava insistêntemente em meu dedo indicador. Ao invés de se impressionar, ela imitou o meu gesto com um ar de deboche.
Procurei chegar de mansinho, pois todos os convites de dança, todas as conversas puxadas e todos os olhares enviados, a garota rejeitava com uma vontade impar. Era o meu desafio. Mostrar aos otários dessa festa como se faz pra conquistar uma mulher.
Vou partir para o plano B...se o que tenho não impressiona, quem sabe as casas de meu pai em Noronha ou as loucuras consumistas de minha mãe a impressione. Nada surtia efeito. Ela permanecia com a cara séria e insatisfeita, como se a todo momento me perguntasse "e daí? oq tenho haver com suas estorinhas?".
Já estava impaciênce... estava passando para o "pessoal" essa disputa. Ela queria medir forças comigo. Se esforçando para não cair no meu charme irresistível. Eu sentia isso. A cada frase, a cada olhar contido que ela me dava, sentia uma paixão reprimida. "Ela tá doida pra me agarrar"...é, eu estava doido mesmo. Perdendo tempo com a "chatinha".
"Deve ser lésbica"...essa é a única explicação. Mas, ela estava vestida de uma forma tão feminina, com um perfume tão doce...queria sentir aquela fragrancia mais e mais...chegava bem pertinho dela, fingindo que estava falando ao seu ouvido só pra sentir seu delicioso perfume.
Em um momento da festa começou a tocar forró...chamei a carrancuda para dançar. Ela negava. "Nega por que não sabe dançar" - apelei para o orgulho interiorano. Existia alguma menina do interior que não soubesse dançar? "só vai ser essa música..e se pisar em meu pé, te deixo dançando sozinho"; ô menina orgulhosa...doida pra dançar, mas ainda assim mantém a pose.
Minha proesa já foi maior do que a dos outros caras. Puxei a onça pra dançar. Alguns olhavam-me com raiva, outros com admiração, eu apenas sorria...consegui o que outros tentaram em vão. Mas, esqueci esses pensamentos em segundos. Seu perfume me inebriou mais uma vez.
Como ela dançava tão leve, me abraçava tão forte.
Estava apaixonada e não queria dar o braço a torcer... "não me aperte tanto"; eu? apertar? vc que está me apertando...pensamentos que não faziam o menor sentido serem ditos. Só queria saber do perfume. Da maciez do seu cabelo, distanciei meu rosto do seu ombro para olhar a sua boca...sua boca, sua boa, sua boca...

"EI!!!"

A carrancuda falou mais uma vez energica. "Nada de beijo, só quero dançar"
Quem pensou em beijo?
Maluca essa menina...

Voltei a descançar minha cabeça em seu ombro. Ela tinha quase o meu tamanho...o tamanho perfeito de mulher...aquele perfume, aquele cabelo tão macio, distanciei para ver, mais uma vez a sua boca, sua boca, sua boca...

"PLAFT"

Fui surpreendido por um tapa. "Eu falei a você que só queria dançar."
Depois do tapa, percebi que tinha me apaixonado por aquela estranha, q foi tão rude comigo, que serviu apenas como forma de afrontar os outros homens, que serviria para minha auto-afirmação.
A moça distanciou-se de mim a passos rápidos e firmes. Todos me olhavam. Os que tinham inveja, agora riam e apontavam para mim.
"Quem não te quer sou eu"
Foi a única coisa que consegui falar. Tentei fazer uma pose, mas eu estava sentido demais por aquela rejeição. Nunca tinha acontecido dessa forma. E logo ela. A que tinha o tamanho perfeito, a voz suave, o perfume mais doce, o jeito rude, mas manso.
Nunca mais encontrei a carrancuda.


Meu nome é Roger, tenho 19 anos.

terça-feira, maio 09, 2006

durma bem, meu bem.

"Pode sentar".
Foi a minha primeira frase para o meu anjo. É impressionante como gostamos das pessoas no primeiro olhar. Nem sei o que vi direito, apenas fiquei nervoso e me esforcei para q ela naum percebesse o meu nervosismo.
Ela acabou sentando. Pediu as minhas trouxas, uma forma de agradecer pela gentiliza feita por mim. Mas, se a garota me pedisse mais mil vezes, eu daria as mil vezes o mesmo lugar.
Ela era linda. Aliás, ela é linda. Perdi o contato com Jackeline, mas ela deve estar viva, namorando com alguém, pode estar beijando outro pensando em mim ou, simplismente, pode estar assistindo televisão.
Voltemos agora ao ônibus. Ela, com a minha sacola no colo, olha para a janela como se aquela paisagem fosse a primeira que tivesse visto em anos, como se aquilo tudo fosse novo, como se não passasse por alí todos os dias. Mas, isso não me importava, apenas olhava para o seu lindo rosto, percebendo os detalhes dos seus olhos, da sua boca, de seus traços leves.
A minha dúvida mortal naquele momento era como pedir seu telefone. Na verdade é bem simples...naum mudará o destino do universo, mas para mim era a coisa mais difícil a se fazer. Pensei em várias frases, inventar casos, começar a reclamar da demora do ônibus em chegar ao meu destino e, ao momento q ela interagisse na conversa, perguntaria sobre ela e sobre o seu telefone. Sobre o seu telefone não...ela diria "o aparelho vai bem" e fecharia a cara. Não poderia falar isso.

O tempo passava.

O ônibus já estava chegando a estação e naum tinha vindo "a idéia". "Ahh..q se dane, é apenas um telefone...", repti essa frase para mim inumeras vezes até tomar coragem. É agora. Olhei pra ela mas, Jackeline já estava se arrumando para levantar. "Ei, sua sacola", foi a frase disparada por ela. Sim, para mim foi um disparo seco, a queima-roupa.
Fiquei atônito. Apenas sorri. Sentei no lugar q antes era da mais linda de todas; ela puxou a corda da campainha do ônibus, já estava se encaminahndo para a porta da saída; "Jackeline" - ela me olhou asuntada; apontei para o pulseira que estava bordado o seu nome. Foi assim q a conheci, foi assim que soube o nome do meu anjo urbano.
Em minha cabeça fervilhavam pensamentos, atos, frases, citações, filmes, poemas...
Quando abri a boca, acabei falando "boa noite e durma bem".

QUE FRASE IDIOTA!!!

Em momentos desesperados, ações desesperadas, mas isso era demais...uma frase desconexa, impertinente, ridícula!
Eis que Jackeline sorrio e respondeu "durma bem, meu bem".

A moça parou em minha frente, tirou de sua bolsa uma caneta e anotou o seu telefone nas "costas" da minha mão. Depois disso ela virou e foi para frente do ônibus. Estava se preparando para descer no próximo ponto. Jackie continuou a me olhar e a sorrir. Pensei, em um momento, ir atrás dela, me apresentar; no caminho de sua casa tentar roubar um beijo, mas não fui. Continuei sorrindo. Acenei quando desceu do ônibus. A garota fez o sinal de telefone com as mãos e com os lábios balbuciou um "me liga". "Durma bem, meu bem", foi a minha ultima frase naquela noite para o meu anjo.

Meu nome é Jorge, tenho 23 anos.

segunda-feira, maio 01, 2006

Primeiro Post.

Oi.

Meu nome é Chico.

Neste primeiro post venho me apresentar e explicar um pouco da proposta desse blog. Já me apresentei. Agora posso falar do blog.
Sempre, eu em minhas navegadas pelos blog's da vida, via aos milhares aqueles que retratavam os problemas e sofrimentos da vida feminina, (achei normal, seria apenas uma conseguência do seriado Sexy & City... - risos - brincadeira) mas nenhum blog que tivesse como foco o universo masculino.
A maioria de nós é taxada de insensível, volúvel, cultuadores da beleza física ou meros apaixonados por futebol, mas de todos esses predicados, o mais lembrado, o mais dito (ou até o mais crível pela maioria das mulheres) é de que somos TODOS IGUAIS.
Quem nunca ouviu a famosa frase "homem é tudo igual" ou a piadinha "homem só tem 3 paixões: futebol, mulher e mulher"?
Esse blog existe para desmistificar essa conceito q paira sobre a índole masculina e mostrar q somos compelxos sim e não pensamos apenas nas suas medidas corpóreas mulheres, mas q gostamos d seu sorriso, valorizamos a sua inteligência e também temos dúvidas em escolher a melhor roupa para chamarmos sua atenção nas baladas (!!!). O prórpio nome do blog remete a "variabilidade" de homens q existem no mercado (não cabe explicar o trocadilho aqui. Você certamente deve ter entendido).
Então, uni-vos homens e trabalhemos para q a nossa imagem tenham uma nova roupagem para as mulheres, pois é bem melhor ser chamado de charmoso do que de "beberrão imprestável".