segunda-feira, janeiro 14, 2008

O Amor Escondido Atrás do Espelho

Nem sei mais, viu?
Falando sempre das minhas conquistas, aventuras amorosas... Isso, as vezes, cansa. Adoro o mundo feminino, suas frescuras, delicadezas, esse universo do implícito que elas adoram. Isso me atrai. Mas ultimamente não encontro mais mulheres interessantes como antes. Talvez a culpa seja minha, meus interesses podem ter saído de moda. Sim, porque era tão mais fácil encotrar uma mulher que gostasse de conversar...não, não falo de fofoca e nem sobre a novela, muito menos do escândalo mais recente...não digo isso. Estou me referindo a troca de idéias, a inteligência, ao desbravamento sem medo das idéias do interlocutor, a entrega desse universo sem medo que são os pensamentos, as opiniões, as idalizações, as ilusões, a ficção do universo feminino. É...tá difícil.
Eu até mudei de tática: "ataco-fico-sacanagem-sexo-conversa". Mas poucas querem mais do que um envolvimento casual. Creio que seja o medo de ficar nú diante ao outro, sem sua armadura ideológica, sem seus "gostos normais".
Nem sei mais o que falo. Acho que o problema não é da artificialidade feminina, é a artificialidade social. Todos tem seus papeis, todos tem um sorriso programado, todos estão se vestindo muito igual, até quem se julga indie...todos.

- Sei...

- Mas você é diferente, né?

- Claro, claro...Mas olha, tenho que sair...Amanhã tenho facul cedo. A gente se vê por aí. Me liga amanhã?

- Fica. Amanhã eu te dou carona. Você toma um banho aí e te levo.

- Aparecer com a mesma roupa amanhã na facul? Zuação na certa. Amanhã a gente se vê. Me liga, tá?

- Ligo sim. Beijo.

- Beijo. Até amanhã.

Ela sai. Ele ainda continua deitado, olhando para o teto. A sala parece mais espaçosa agora. A pouco o que rolava era a briga entre os móveis e o casal por espaço. O silêncio se instaura. Ele ainda continua olhando para o teto.

- Mais uma fútil.

Frase única que cortou o silência daquela sala. Sua angústia não era menor que sua solidão. Tinha o cachorro que era-lhe uma ótima companhia, mas queria alguém que o entendesse. Se sentia só. Era bonito, poderia ter a mulher que quisesse, mas todas eram fúteis e chatas. Ele só queria alguém pra conversar. Alguém inteligênte o bastante para conversar. Por isso muitas vezes escolhia o espelho. Já estaria ficando maluco talvez? Nem sei...apenas observo. Sinto pena dele. Muita pena. Queria alguém que entendesse sua alma. Seus desejos. Mas, nisso que se isolava, apenas olhava para si. Como Narciso, afundou na própria vaidade. Queria alguém igual, pois assim se julgaria feliz.
Mergulhado na própria vaidade ficaria assim no fundo do mar da solidão, até que algum dia, sem medo de se ferir, alguém o levaria a tona; a realidade.

13 comentários:

R.C. disse...

"Mergulhado na própria vaidade ficaria assim no fundo do mar da solidão, até que algum dia, sem medo de se ferir, alguém o levaria a tona; a realidade."

Simples assim?

Anônimo disse...

Estava c/ saudades d ti kra!
Gostei do texto!
MAS EU GOSTO DE CONVERSAR, VIU!?!?!?
rsrs...!
=*
Té +!

B. disse...

você já havia me dito que não encotrava mais pessoas pra conversar, uma vez. eu adoro falar, contar minhas ideias, meus sonhos, mas não tenho bons ouvintes. e por medo acabo evitando falar muito.

eu acredito que o problema seja social mesmo; as pessoas vivem fingindo que falam de coisas sérias e as outras vivem fingindo que escutam as outras...


;)

Anônimo disse...

Geralmente as pessoas têm medo de falar de si, sobre o que sentem, do que temem. Isso não seria um problema se não sentíssemos criticados a cada olhar, ou falácia, ou seria?
Nos dias de hoje é tão normal se sentir ameaçado pela futilidade, que evitamos até falar nisso.
Tô no cinemadavida.blogspot.com
Passa lá para um dedo de prosa depois.
Até!

Anônimo disse...

Iáááá..
eu falo pra caramba.
Imagina um clone, eu, namorando um clone?
Hooooraas de conversa. Céus.

Boas conversas são sensacionais. Mas existe também o silêncio...inegável,preciso...o silêncio que diz um monte de coisa, boa ou ruim. Não dispenso nem as tagarelices sobre qualquer assunto, nem o silêncio.

Nem a fofoca.
:P

Beijoss!

R.C. disse...

Cadê texto novo, Chico?

Natalia Novais disse...

concordo com voce, acho q nossos interesses saíram da moda :x

Natalia Novais disse...

concordo com voce, acho q nossos interesses saíram da moda :x

Natalia Novais disse...

e quem disse que futilidade é exclusividade feminina, é um mentiroso ok?
ou eu devo ser uma excessão.

Ceisa Martins disse...

Querido Chico...

Na verdade pessoas interessantes estão entrando em extinção. Eu bem sei o que é sentir vontade de ter alguém do lado pra conversar sobre tudo, sobre qualquer coisa... Ter tempo de expor idéias e ideais com alguém que tenha o mesmo tempo e a mesma disposição... Alias, disposição não... A mesma vontade de tal! Que nada melhor que alguém ao nosso lado livre de tudo e com vontade de qualquer coisa só por ser com a gente!

Mas acho que gente vazio é o mal do século!

Beijos!

R.C. disse...

Cadê texto novo, Chico? [2]

Nathalia R. disse...

chega de brincar de esconde-esconde, apareça chico!

Anônimo disse...

E mais uma vez somes do mapa...!
Por ond andas, em?????
ah, soh hoje li o texto "Meu anjo: Morena", mt bom!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
amei!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
lindo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
gosto d kras axim como o Luan!
rsrs...!

té+!
=*