A caçada

Uma daquelas coisas que se sente uma vez na vida.
O inesperado vem e te arrebata com uma força impressionante.
Por dias imaginei ser abordado daquela maneira. Por dias esperei vacilante nos lugares parecidos como da ultima vez. Tive Paciência, olhava para os lados, procurava em todos os lugares. Esperava ser a presa perfeita. Mas, Você não aparecia.
Aquele dia impróprio, aquela luz imprópria, eu sozinho inapropriadamente num lugar perigoso. Seu habitat.
Um corredor. A espera de amigos na saída do banheiro. Sua voracidade em me empurrar para o outro lado, dentro do banheiro feminino me mordendo de forma louca e raivosa; fui por alguns segundos até medroso. Nunca imaginei meus olhares tão mortíferos, meus acenos precisos, minhas bebidas pagas para você tão úteis, minha roupa “modernosa” tão cool. Ainda sinto seus arranhões nas minhas costas, suas mordidas em minhas coxas, seus tapas, sua cusparada em meu rosto, tudo sem pudor algum. Sem pensar em nada. Sem medo das doenças sexuais. Sem medo.
Não disse uma única palavra, saiu me deixando perturbado, sonhando até hoje que me dissesse alguma coisa, talvez seu nome.

Será que algum dia serei seu escravo novamente? nos encontraremos em alguma lugar bem improvável em nossas vidas?

Não sei.

Mas, ainda continuo sendo a captura perfeita, por aí nos bares, meio sem rumo, desatento ao perigo.
Venha minha caçadora, venha.



Leonardo, 26 anos