quarta-feira, outubro 04, 2006

ilusão

Estavamos aos beijos descontrolados, bem enfrente a porta de sua casa; ela estava louca, mordendo meu rosto e procurando freneticamente a chave dentro da sua bolsa, queria abrir logo a porta...ela estava mais excitada do que eu.
Ela era muito sensível ao toque, a mordida...eu adoro morder...
Mordia sua boca...fazia força entre o limite da dor e o prazer; seus bjos eram loucos, rápidos...ela também mordia a minha língua...com toda a sua força...doeu, mas s eu o dissesse cortaria todo o clima.
"Esquece a chave" - foi o que disse enquanto tentava tirar a mão dela dentro da bolsa e por sobre o meu sexo; eu ainda estava vestido, estava com uma bermuda folgada...foi fácil deixar o falo a mostra.
"Menino" - tentou falar a moça enquanto me beijava; "estamos na rua" - mais uma mordida; "vai que alguém passa" - mordida no pescoço; "e vê?".
Nesse momento parei, olhei pra ela e sorri "sempre quis ser observado" - falei; ela também sorrio; me deu outro beijo de tirar a alma...uma loucura; ela estava de saia...muito curta... foi pro encontro já na intensão da transa, tenho certeza; tinha um jeitinho de santinha em público, mas aquele olhar dissimulado nunca me enganou, era a rainha do sexo...só isso que sabia fazer e parecia ser a melhor...do jeito que se esfregava em mim, parecia ser a melhor mesmo; de subto, ela virou de costa e começou a rebolar ainda mais...já tava perdendo os sentidos...não queria saber mais de nada...não estava me importando se alguém passasse naquela rua, mesmo assim, o risco era claro, estava doido...tinha que penetrar...agora...já...

"Vai Jorginho, bota com carinho, vai..."

Aquela frase me fez gelar...

Ela falou do mesmo jeito que Jackeline o fazia.

Me lembrei imediatamente da minha namorada, dos momentos felizes, das nossas brigas, do dia em que ela prometeu nunca mais me trair, do seu sorriso simples.
Essa seria a vingança perfeita...na frente da sua antiga casa, onde ainda viviam seus pais e sua irmã.
Sua irmã...que não dava a mínima pro sentimentos e pro amor fraterno.
Aliás, Sandra também queria vingança: durante toda sua vida Jackeline roubou seus amores, suas paquerinhas de colégio...a maioria dos homens que a interessava. Essa seria a grande cartada, o grande ato de uma irmã ressentida durante boa parte dos seus 18 anos.
Dois vingativos procurando justiça. Mas, desde quando vingança é justiça? apenas nas mentes mais doentias.

"Jorginho, vai...estou toda molhadinha..."

Achei tudo aquilo horrível, não tinha mais a intensão de machucar a Jack...
Empurrei Sandrinha e saí correndo...não sabia o que fazer, o que falar...só queria dizer a minha mulher que a amo...com todas as letras. Enquanto eu corria, tentava ajeitar a minha roupa, ainda estava excitado, mas minha mente, meu corpo e minha alma são de apenas uma mulher; estava correndo, mas não sabia pra onde ir...liguei na mesmo hora para o celular da Jack...queria dizer q a amo, contar tudo o que aconteceu e ela me perdoar...como um dia eu fiz com ela; não teriamos mais culpa...os dois erraram, houve o perdão mútuo...poderiamos viver sem fantasmas agora...

O celular estava ca caixa.

Instintivamnte, segui para o apartamento de Jack, ainda correndo. Sei que ela não estará lá, mais ficarei esperando...será uma surpresa; Meus Deus como eu a amo...no caminho da sua casa, passei por sua faculdade, sorridente, olhando no pátio pra ver se a encontrava. Não a procurarei...a alegria será maior em sua casa...quando nos encontrarmos.


Passando por uma das lanchonetes que rodeiam a faculdade, vi uma cena que me fez gelar: minha Jack aos beijos com um cara...

"Não é possível" - baixinho comigo mesmo.
"Jackeline...JACKELINE" - estava eu, aos berros.


"Jackeline..." - baixinho comigo mesmo. Ela já tinha olhado para trás. Falei baixinho sem acreditar no que estava vendo. Meu choro tabém foi baixo...apenas desceu uma lágrima.
Não conseguia raciocinar...todas as idéias estavam embaralhadas em minha cabeça...

Lembrei novamente da minha namorada, dos momentos felizes, das nossas brigas, do momento em que ela me prometeu que nunca mais me trairia, do seu sorriso simples.

Essa mulher nunca existiu...eu a criei.

"Não me toque" - falei baixinho. Estava com tanta raiva, que a própria raiva estava num grau elevado. Não...não sentia raiva. Sentia dor. Por isso que falei baixinho...cada vez que eu olhava pro seu rosto, doia mais...estava com o peso do mundo em minhas costas, não queria fazer mais nada. Finalmente, o tempo parou.

Lembrei finalmente da minha namorada, dos momentos felizes, das nossas brigas, do dia que ela me prometeu que nunca mais me trairia, do seu sorriso simples e disse adeus. Não...não cometi suicídio, mas uma parte de mim estará morta para sempre.


Jackeline, eu te amo.



Jorge, 23 anos.

11 comentários:

ChickØ Martins disse...

Atualizações segundas, terças e madrugadas d quarta.

Espero que gostem


Fui!!!

Leandro disse...

nossa, nao tem como nao gostar!
muito bom esse, um dos melhores ate agora!
historia de amor e traicao eh sempre emocionante...
essa jackeline e jorge devem ser realmente um casal perfeito hein?
recorde em postagens aqui =P

duas passagens do texto:

"Essa mulher nunca existiu...eu a criei."

afff, frase perfeita, me arrepio!

"desde quando vingança é justiça?"

velho, pra mim vinganca bem dada eh a verdadeira justica...quero dizer que se vc esta sendo vingativo com razao, vc ta fazendo a sua justica, estaria sendo injusto se nao o fizesse!

agora, quanto a sua descricao no blog...afff, seu repertorio eh tao bom chico! ce nao faz ideia...

¬¬

Anônimo disse...
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Anônimo disse...

Bom texto, dica: preste mais atenção nas palavras, você deixa muitas abreviações e errinhos de digitação... revise o texto antes de publicar, sempre falta uma letrinha aqui, outra aculá... rsrsrs.
Boa história, gostei das repetições "Lembrei finalmente da minha namorada, dos momentos felizes, das nossas brigas, do dia que ela me prometeu que nunca mais me trairia, do seu sorriso simples", dá movimento ao texto, quando você põem a mesma frase em contextos diferentes dá espaço para interpretações diferentes.. boa sacada!

beijos

Milli disse...

Mto legal a historia, conto, relato...
O texto tem leveza e movimento...
Estava inspirado para escrevê-lo! COm certeza map foi como vc disse do livro de pp! hehehehe
pq o texto flui...
mto legal mesmo... e outra, o nome do blog, mtooo interessante

ChickØ Martins disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
ChickØ Martins disse...

É Porko...

Eu gostei muito desse casal...

Tipo, a busca do cara pelo par perfeito, tentando moldar a qualquer custo a sua amada a seus parâmeros de "mulher ideal" e ela, mesmo sentido um forte carinho por seu parceiro, naum larga o vício mundano, representado aqui pela traição.

Anônimo disse...

Muito bom seu texto Chico!!

Seu texto toca em um assunto muito comum do mundo em que vivemos... Um mundinho cheio de fantasias, onde cada um tenta criar seu conto de fadas que na maioria das vezes o final não é nada feliz ;D

Um mundo onde a preferência é assumir uma postura "ideal" diante da sociedade ao invés de encontrar o seu "EU".


Parabéns... DOU nota 9,0
:D

Leandro disse...

e eu dou 10!
e outra coisa: essa frase vai pro meu flog!
"no meu mundo, a preferencia eh assumir uma postura ideal diante da sociedade ao inves de encontrar o meu EU"

LINDO DEMAIS!

Anônimo disse...

Mas é claro que eu acredito no amor... se não acreditasse não falaria tanto dele. Na verdade, é a única coisa na qual acredito ultimamente!. beijos

Anônimo disse...

Jorge poderia ter assasinado alguém,para penetrar ainda mais no mundo, Nelson Rodriguez...